quinta-feira, 27 de março de 2008

Perdas...






Bom dia...

Hoje, ainda abalada pelo sentimento de perda, escrevo uma homenagem a duas pessoas que não estão mais neste mundo... duas grandes mulheres que foram embora... Rita, amiga querida... você ficará para sempre na memória, e no coração... e minha avó de coração... também ocupou um lugar muito especial na minha vida, será sempre inesquecível!

Para Rita...

Love In The Afternoon
Legião Urbana
Composição: Renato Russo


É tão estranho, os bons morrem jovens
Assim parece ser quando me lembro de você
Que acabou indo embora, cedo demais
Quando eu lhe dizia: - me apaixono todo dia
E é sempre a pessoa errada
Você sorriu e disse: - eu gosto de você também
Só que você foi embora cedo demais
Eu continuo aqui, meu trabalho e meus amigos
E me lembro de você em dias assim
dia de chuva, dia de solE o que sinto eu não sei dizer
- Vai com os anjos, vai em paz
Era assim todo dia de tarde, a descoberta da amizade
Até a próxima vez, é tão estranho
Os bons morrem antes
Me lembro de você e de tanta gente
Que se foi cedo demaisE cedo demais
eu aprendi a ter tudo que sempre quis
Só não aprendi a perder
E eu, que tive um começo feliz
Do resto eu não sei dizer
Lembro das tardes que passamos juntos
Não é sempre, mas eu sei
Que você está bem agora
Só que este ano o verão acabou
Cedo demais.


Para a Vovó Zeca...


Canção Pra Você Viver Mais
Pato Fu

Nunca pensei um dia chegar

E te ouvir dizer:Não é por mal
Mas vou te fazer chorar
Hoje vou te fazer chorar
Não tenho muito tempo
Tenho medo de ser um só
Tenho medo de ser só um
Alguém pra se lembrar
Alguém pra se lembrar
Alguém pra se lembrar
Faz um tempo eu quis
Fazer uma canção
Pra você viver mais
Faz um tempo que eu quis
Fazer uma canção
Pra você viver mais
Deixei que tudo desaparecesse
E perto do fim
Não pude mais encontrar
O amor ainda estava lá
O amor ainda estava lá
Faz um tempo eu quis
Fazer uma canção
Pra você viver mais...


Vocês estão em paz, com certeza...

Obrigada por tudo...

Saudades sempre!


Até o próximo post...


Beijos aos amigos de sempre...

sábado, 22 de março de 2008

Divagações...





Olá...


Enquanto o meu post de homenagens póstumas não fica pronto (depois eu explico), resolvi escrever algo que eu já havia escrito... em outros lugares, mas com a mesma intenção: desabafo!!!





Não estou inspirada o suficiente hoje... nos últimos dias ocorreram coisas que me deixaram imensamente triste... bom, isso será falado (escrito) posteriormente... nos próximos dias.


Como disse um poeta, certa vez, "as dores de amor não são poesia, aspiração noturna"... se não me engano, foi isso mesmo... bom, momentos de histeria poética, posso dizer? Introspecção?, talvez... sei lá. Acho que estou ficando meio desorientada...


...





Estou farta


de sentimentos banalizados


de falsas promessas


do amor fugaz


efêmero


Estou farta


de momentos que não se eternizam


de pessoas vazias


de palavras ao vento


...





Cleonice Braz


(escrito em novembro de 2007)





Até breve...

sábado, 1 de março de 2008

Narrativa Poética... "O Livro de Zenóbia"




Olá...


Que bom estar de volta!!!




De volta à minha missão... mostrar que a poesia (no caso de hoje, a linguagem poética) não é chata nem entediante... é uma viagem, se você se permitir ser levado por ela...




Fiz um estudo acerca de um livro da Maria Esther Maciel (autora citada no blog anterior), "O Livro de Zenóbia", quando concluí minha graduação, meu trabalho de conclusão de curso... Hoje, a dose de cultura é um trechinho do dito cujo...




É inegável que é um livro encantador... Uma série de pequenas narrativas impregnadas de lirismo, item inerente à poesia... o que resulta num texto quase musical!


O livro inicia-se com "As idades de Zenóbia"...



"Aos dezoito anos, Zenóbia tinha olhos ávidos e não usava óculos. Os cabelos, de um preto instável, pendiam em breves ondas sobre os ombros. Seu corpo magro lhe impunha uma fragilidade que não tinha. Sorria sempre .como se escondesse a face sob as sombras."



A sonoridade presente nas combinações de palavras remete às rimas poéticas... bom, quem não gosta de um texto bem-escrito?



O techo a seguir consta na seção "As horas felizes"...





" Em muitas noites era assim: ela já estava quase dormindo quando ele vinha passar a língua em sua nuca, de mansinho. Zenóbia abria os olhos, contraindo o corpo em arrepio. E nada dizia, por saber que é no silêncio que as coisas se abandonam, livres. Enroscava-se nas coxas dele, com um clamor na virilha, o corpo inteiro tremendo em calor, como se sentisse frio. A cada centímetro de pele buscavam - em lascívia - a vida sob a superfície. E tudo acontecia como se o amor fosse sempre à primeira vista."



A personagem, Zenóbia, é ficcional, porém, tem algo te tão humano, de tão feminino, de sentimento, que Zenóbia poderia ser Maria, Ana, a mulher comum...



O livro é como um caderno de anotações antigo, um álbum, um diário, um caderno de receitas, de lembranças, ou tudo isso junto... um memorial de uma personagem que pode não ter existido, mas a sentimos a cada linha... é tão singelo, tão simples, tão profundo...



Não tem como não ler... 15 minutos bastam para a primeira leitura, e a vida toda para reler...



Uma delícia de livro...



Bom, eu me apaixonei... entendo que muitos não são flechados pelo "cupido literário", mas a quem interessar...





Beijo grande e até a próxima!!!